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Descrição do produto

O livro A Consciência Jurídica Japonesa: Anotações sobre a Atualidade da Tese de Kawashima, de Paulo Fernando Nogueira Cunha, publicado pela Editora Mizuno, apresenta uma análise profunda e atual sobre a sociologia jurídica japonesa, com foco na célebre tese de Takeyoshi Kawashima. A obra reflete o amadurecimento da pesquisa jurídica comparada e o diálogo entre cultura, instituições e racionalidade social na compreensão dos fenômenos jurídicos contemporâneos.

O autor, doutorando e mestre pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), revisita a construção teórica de Kawashima e demonstra sua relevância para os estudos atuais sobre a litigância no Japão e suas implicações no campo do Direito do Trabalho. Com base em sólida pesquisa acadêmica, Paulo Fernando Nogueira Cunha propõe uma leitura crítica e refinada, integrando perspectivas históricas, culturais e institucionais para compreender a dinâmica da resolução de conflitos em uma sociedade que equilibra tradição e modernidade.

📜 Sinopse

Diferentemente do senso comum, a ideia de que o povo japonês evita litígios não corresponde à realidade atual, especialmente em conflitos trabalhistas. A particularidade do sistema japonês é a ampla utilização de meios extrajudiciais de resolução de conflitos, em vez do acionamento direto da via judicial. Inicialmente, a cultura foi a principal tese para explicar essa baixa litigiosidade. Contudo, com o surgimento das teorias institucional e racional, a abordagem cultural de Takeyoshi Kawashima foi considerada insuficiente. Modernamente, a partir dos anos 2000, teorias "híbridas ou mistas" resgataram a importância da cultura, defendendo que o fenômeno da litigância só pode ser compreendido a partir de múltiplas abordagens, o que representa um avanço metodológico. Nesse contexto, a noção de consciência jurídica, introduzida por Kawashima e tema central desta obra, permanece como um conceito fundamental para a sociologia do Direito no Japão.

📌 Tópicos Abordados

  • A importância de estudar o Direito japonês: novos desafios à pesquisa
  • O Direito e o ethos do grupo no Japão
  • A cultura como fundamento da litigância no Japão: acertos e limites
  • O papel do Judiciário e da advocacia na solução de disputas
  • A questão da baixa efetividade do Direito japonês: “direito sem sanção”
  • As teorias híbridas ou mistas: uma evolução metodológica no estudo da litigância

🔍 Detalhes Essenciais do Livro

Uma abordagem interdisciplinar e comparativa

A obra A Consciência Jurídica Japonesa destaca-se por sua abordagem interdisciplinar, que une o Direito, a sociologia e a história para compreender a formação da consciência jurídica japonesa e suas repercussões contemporâneas. A partir do exame das quatro principais teorias — cultural, institucional, racional e gerencial — o autor conduz o leitor por um panorama abrangente da evolução metodológica que levou à formulação das teorias híbridas ou mistas.

A relevância de Takeyoshi Kawashima

Kawashima é apresentado como um marco na sociologia jurídica japonesa. Sua tese cultural, que buscava explicar a suposta relutância dos japoneses em recorrer ao litígio judicial, é reavaliada sob a ótica das transformações sociais e econômicas ocorridas no Japão pós-guerra. A partir da leitura de Cunha, o conceito de consciência jurídica — entendido como a forma de percepção e internalização das normas sociais e jurídicas — ganha nova dimensão, demonstrando que o comportamento jurídico é resultado da interação entre cultura, instituições e racionalidade prática.

Atualidade e contribuição à pesquisa jurídica

Mais do que um estudo histórico, o livro convida o leitor a refletir sobre o papel da cultura e das instituições na efetividade do Direito em qualquer sociedade. Ao comparar a experiência japonesa com o contexto brasileiro, especialmente no campo do Direito do Trabalho, Cunha oferece insights valiosos sobre a forma como diferentes sistemas jurídicos tratam o conflito, o acesso à Justiça e os mecanismos de conciliação social.

🎯 Público-Alvo

Leitores e profissionais que se beneficiarão da obra

O livro é direcionado a:

  • Juristas, professores e estudantes de Direito interessados em sociologia jurídica e direito comparado;
  • Pesquisadores de Direito do Trabalho e das relações internacionais;
  • Profissionais de mediação e resolução de conflitos, que buscam compreender diferentes paradigmas culturais na administração da justiça;
  • Leitores acadêmicos interessados na intersecção entre Direito, cultura e sociedade, especialmente sob o prisma oriental.

Com linguagem técnica, mas acessível, Paulo Fernando Nogueira Cunha oferece uma obra indispensável para quem deseja compreender como a consciência jurídica molda comportamentos sociais e influencia o funcionamento das instituições jurídicas em diferentes contextos culturais.

❓ Perguntas Frequentes (FAQs)

  • O que diferencia esta obra de outros estudos sobre o Direito japonês?
    A obra combina análise teórica com um olhar empírico e interdisciplinar, apresentando a tese de Kawashima sob uma perspectiva contemporânea e comparativa, sem perder o rigor acadêmico.

  • O livro trata apenas da teoria cultural de Kawashima?
    Não. Além da teoria cultural, o autor examina as abordagens institucional, racional e gerencial, culminando nas teorias híbridas que articulam elementos de todas as anteriores.

  • Há relação entre o conteúdo do livro e o Direito brasileiro?
    Sim. O autor faz paralelos com o sistema jurídico brasileiro, especialmente no campo trabalhista, permitindo reflexões sobre litigância, conciliação e cultura jurídica no Brasil.

  • O livro contém referências a fontes e estudos originais?
    Sim. A obra é baseada em extensa pesquisa bibliográfica e empírica, com citações de autores japoneses, norte-americanos e brasileiros, além de referências históricas e contemporâneas.

  • O texto é acessível a leitores não especialistas?
    Embora possua densidade teórica, o estilo de escrita é claro e didático, tornando o conteúdo compreensível para leitores interessados na cultura jurídica japonesa.

🏁 Conclusão

A Consciência Jurídica Japonesa: Anotações sobre a Atualidade da Tese de Kawashima é uma contribuição significativa à literatura jurídica contemporânea. O livro reafirma a importância da cultura e da consciência social na compreensão do Direito e propõe uma análise refinada sobre como a sociedade japonesa lida com o conflito, o consenso e a busca pela harmonia social.

Publicada pela Editora Mizuno, a obra de Paulo Fernando Nogueira Cunha oferece ao leitor não apenas um estudo comparativo rigoroso, mas também uma reflexão sobre o papel do Direito em tempos de transformação global. É uma leitura essencial para quem deseja ampliar sua visão sobre o comportamento jurídico das sociedades e compreender, sob um olhar crítico e contemporâneo, a relevância das teses de Kawashima no mundo atual.

Paulo Fernando Nogueira Cunha

Doutorando em Direito do Trabalho na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FD-USP). Mestre em Direito do Trabalho e da Seguridade Social pela FD-USP (2023). Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho pela FD-USP (2016). Graduado em Direito pela FD-USP (1989) e em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero (1997). Entre 1994 e 2013, como jornalista, exerceu cargos de repórter e editor na grande imprensa de São Paulo (Jornal da Tarde, O Estado de S. Paulo, Veja) e foi correspondente internacional em Paris (1998) e Tóquio (1999). Desde 2014 é assessor jurídico no Ministério Público do Trabalho (MPT), onde exerce o cargo de Chefe da Assessoria Jurídica do 15º Ofício Geral da Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região – São Paulo/SP. Desde 2019 é membro do Grupo de Pesquisa Migração e Direito Internacional do Trabalho (GEMDIT), vinculado ao Departamento de Direito do Trabalho e da Seguridade Social da FD-USP. Contatos: pfncunha@usp.br; paulo.cunha@mpt.mp.br.

Especificações do produto

  • Autor(es) Paulo Fernando Nogueira Cunha
  • AssuntoTrabalho e Processo do Trabalho
  • Idioma Português
  • Edição 1
  • Mês Janeiro
  • Ano 2026
  • Marca Editora Mizuno
  • Tipo Impresso
  • Encadernação Brochura
  • Paginação 212
  • Formato 16x23
  • Comprimento (cm) 23
  • Largura (cm) 16
  • Altura (cm) 1,27
  • ISBN 9788577898343

Sumário

Sumário

Introdução

Nota Metodológica

Capítulo 1

Por que Estudar o Direito Japonês?

1.1 Novos desafios impostos à pesquisa em sociologia jurídica

1.1.1 Profundas transformações sociais

1.1.2 Uma nova metodologia de pesquisa

1.2 O direito japonês como um “instrumento de comparação”

1.2.1 Uma combinação de características europeias, norte-americanas e nativas

1.2.2 Um sistema legal em processo de transformação

1.3 Uma resposta possível: estudar o direito japonês “porque ele está aqui”

1.3.1 Para além do utilitarismo

1.3.2 Transformação institucional e desenvolvimento

1.4 O Japão como um “país normal”

1.4.1 Avançando a partir do orientalismo

1.4.2 Analisando uma sociedade complexa

1.4.3 Especialistas x generalistas

1.5 O Japão como uma “vítima do direito comparado”

1.5.1 Em busca de novas taxonomias

Capítulo 2

Aspectos da Cultura Japonesa

2.1 O direito e o ethos do grupo no Japão 

2.1.1 A primazia do coletivo como herança confucionista

2.1.2 Direitos individuais x direitos sociais

2.2 O pedido de desculpas na sociedade japonesa

2.2.1 Um sistema informal de coerção para compensar a “falta de lei”

2.2.2 Lealdade, arrependimento e confissão

2.3 O “direito vivo”

2.3.1 “Direito vivo” x “direito formal do Estado”

2.3.2 A lei como uma variável dependente

Capítulo 3

A Cultura como Fundamento da Litigância no Japão

3.1 A teoria cultural de Takeyoshi Kawashima 

3.1.1 Um país rumo à “modernidade”

3.1.2 A base empírica da abordagem cultural sobre litigância

3.1.3 As razões da baixa litigância no Japão

3.1.4 Os acertos e os limites da abordagem cultural

3.1.5 As formas de solução alternativas ao litígio

3.2 A consciência jurídica japonesa

3.2.1 Uma forma de pensamento própria do povo japonês

3.2.2 A consciência jurídica contratual

3.2.3 O giri como mecanismo de controle de disputas

3.3 A transformação do conceito de consciência jurídica

3.3.1 Do argumento normativo para o empírico

3.3.2 A releitura de Kahei Rokumoto: a segunda geração

3.3.3 A releitura de Masayuki Murayama: a terceira geração

Capítulo 4

O Papel das Instituições Japonesas no Fenômeno da Litigância

4.1 A teoria institucional de John O. Haley

4.1.1 O litigante relutante: mito ou verdade?

4.1.2 A elite política como controladora da litigância

4.2 A causa da baixa litigância: capacidade institucional limitada

4.2.1 A falta de juízes

4.2.2 A escassez de advogados

4.2.3 A intervenção de terceiros

4.2.4 Instrumentos processuais pouco eficazes

4.2.5 A falta de informações

4.3 As instituições japonesas: o judiciário e a advocacia

4.4 O impacto da cultura nas instituições

4.5 Autoridade sem poder

4.5.1 Um direito sem sanção

4.5.2 A importância da reputação como “sanção alternativa”

4.5.3 O impacto social da falta de sanção

4.5.4 O papel das regras legais e dos precedentes judiciais

Capítulo 5

A Análise Econômica de Resultados

5.1 A teoria racional de J. Mark Ramseyer

5.1.1 A previsibilidade do sistema judicial japonês

5.1.2 A ética não litigiosa dos japoneses

5.1.3 A importância da cultura e das instituições no cálculo racional

5.1.4 A racionalidade econômica aplicada a casos de acidentes de trânsito e divórcios no Japão

5.2 A teoria gerencial de Takao Tanase

5.2.1 O modelo de gestão de disputas envolvendo acidentes de veículos

5.2.2 Os sucessos e as falhas do modelo de gestão

Capítulo 6

Uma Evolução Metodológica: As Teorias Híbridas ou Mistas e a Impossibilidade de Analisar o Fenômeno da Litigância Sob uma Única Abordagem

6.1 As abordagens híbridas como uma ampliação do campo metodológico

6.2 A teoria informal de Frank K. Upham

6.3 Os estudos de casos de Eric A. Feldman

6.3.1 O “Tribunal do Atum” de Tsukiji

6.3.2 Os casos de negligência médica

6.3.3 O desastre de Fukushima

6.4 A combinação entre os enfoques institucional e racional na proposta de Daniel H. Foote

6.5 A formulação de Mark D. West: cultura, instituições e economia

6.5.1 O barulho das casas de karaokê

6.5.2 O envenenamento pelo peixe-balão

6.5.3 A autorregulação da Associação Japonesa de Sumô

6.6 A nova geração: Milhaupt e West e o estudo da governança coorporativa no Japão

6.6.1 Lances hostis: os procedimentos de compra de empresas públicas no Japão

6.6.2 A relação entre a lei e o contrato na governança corporativa no Japão

6.6.3 O papel das regras informais de governança corporativa

6.6.4 Uma nova elite jurídica para tratar da governança corporativa

Capítulo 7

As Teorias sobre Litigância e o Direito do Trabalho Japonês

7.1 A natureza das relações de trabalho no Japão

7.2 Os sistemas de resolução de disputas trabalhistas

7.2.1 A via judicial

7.2.2 Os meios extrajudiciais

7.3 A legislação trabalhista ao longo das décadas e após as recentes reformas

7.3.1 O direito do trabalho japonês no pós-guerra

7.3.2 O direito do trabalho pós-reformas dos anos 1990

7.4 A bolha econômica e suas consequências nas relações de trabalho japonesas

7.5 A transnacionalização dos mercados e o impacto nas relações laborais

7.6 O direito do trabalho japonês à luz das teorias sobre litigância

Considerações Finais

Referências